Pequenas mudanças em nossa rotina podem mudar o mundo.

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“Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente. A gente muda o mundo na mudança da mente. E quando a mente muda, a gente anda pra frente.”

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Essas são as palavras da letra canção Até Quando, do rapper e compositor Gabriel, O pensador.

E até quando? Até quando vamos tolerar esse desequilíbrio na nossa sociedade, que não oferece os mesmo direitos e as mesmas condições para homens e mulheres? Segundo estudos de 2017 do Fórum Econômico Mundial cem anos serão necessários para que todas as pessoas, independente do gênero ou orientação sexual, tenham os mesmos direitos. Então, até quando vamos ficar parados? Por incrível que pareça, está nas nossas mãos acelerar este processo e não deixar que mais um século de injustiça passe diante de nós. 

A seguir, vou exemplificar como pequenos atos e atitudes simples e diárias podem fazer a diferença, tanto na nossa vida pessoal como profissional. É mais fácil do que parece fazer parte e integrar essa importante luta pela equidade de gênero. A primeira coisa a se fazer é o reconhecimento e a consciência de que estamos no mesmo time!

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Muitos homens são resistentes a reconhecer seus privilégios e repudiam movimentos feministas que buscam a igualdade de gênero.

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É fácil para nós, homens, aproveitarmos os privilégios dado a nós por uma sociedade patriarcal e esquecermos que existe uma enorme exclusão e desigualdade acontecendo do nosso lado. Precisamos quebrar esse modelo falido, desafiar essa sociedade machista que além de prejudicar as mulheres, impõe aos homens um estereótipo de força e poder, impossível de ser alcançado e onde não há espaço para expressão das nossas emoções e da liberdade de sermos quem quisermos, criando, assim, uma série de problemas emocionais e mentais.

Precisamos unir nossas forças em prol de um bem comum. Para uma mudança significativa, o engajamento deve partir de todos, pois, como diz bell hooks, “o feminismo é para todo mundo”. Assim, quanto mais pessoas engajadas nessa luta, mais fácil será vencer essa guerra.

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A mudança precisa começar em casa!

Você divide as tarefas domésticas igualmente entre os adultos da sua casa?

Mulheres não são biologicamente moldadas para executarem as tarefas do lar. Mesmo assim, a divisão costuma ser sempre bastante desigual e quase sempre pesa mais para o lado da mulher. Essa sobrecarga tem enorme influência negativa para as mulheres no mercado de trabalho, prejudicando seu desempenho profissional e causando um esgotamento emocional devido ao trabalho em dois, três turnos ou turnos ininterruptos.

- Não se omita! Repudie e lute contra todas as formas de violência.

- A violência de gênero não é só física. Ela pode ser verbal e  pode se manifestar em forma de intimidações e humilhações.

- Não compactue com comentários machistas e misóginos que ofendam mulheres. Não se cale! Seja um aliado e se posicione! Ajude outras pessoas a se posicionar, se expressar e as encoraje a fazerem o mesmo. A tolerância com insinuações nocivas e depreciativas deve ser zero.

- Fique atento a sinais de violência física ou psicológica. Se você pode ajudar, não se omita. Apoie e auxilie mulheres presas em relacionamentos abusivos ou que estejam sofrendo outras formas de violência dentro do âmbito profissional.

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Além do assédio sexual que é uma das formas mais graves de violência contra as mulheres, existe também o assédio moral que deve ser denunciado e punido com veemência. No ambiente de trabalho é necessário que exista um meio seguro onde as denúncias de assédio ou atitudes machistas sejam investigadas com seriedade, sem exposição ou risco de demissão da vítima.

Esta é mais uma pandemia que temos que enfrentar, já que a violência de gênero está presente em todos os países do mundo. Apesar dos direitos e a proteção das mulheres serem garantidos por lei, é nossa obrigação também, assegurarmos ambientes saudáveis e seguros dentro das nossas comunidades e empresas.

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Promova processos seletivos imparciais sempre!

Existe um modelo bastante usado em alguns países e empresas, e que deveria ser aplicado em todos as empresas do mundo. A prática consiste em retirar dos currículos: nomes, fotos e endereços; promovendo assim, uma absoluta isenção e justiça no processo seletivo, eliminando qualquer chance de seleção a partir dos nossos vieses inconscientes.

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Um estudo da Organização Mundial do Trabalho demonstrou que o PIB global poderia ter um acréscimo de 5,8 trilhões de dólares caso todos os países reduzissem em 25% a diferença entre a presença de homens e mulheres no mercado de trabalho até 2025. Quase 6 trilhões de dólares!

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Ou seja, a equidade de gênero nas empresas é um benefício para todas as pessoas e para a sociedade e economia em geral!

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Direitos iguais, salários iguais!

Homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo, obviamente, devem receber o mesmo valor como pagamento, certo?

Pois é, infelizmente, não é o que ocorre em muitos lugares na prática.

Se você souber de alguma situação como essa, questione e exija a reparação, mesmo que você não seja a parte prejudicada. Essa atitude demonstra mais do que empatia, mas o que se espera de um aliado na busca pela equidade de fato.

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Apoie as mulheres na liderança!

Frequentemente, as mulheres são subestimadas. Existem ainda pessoas que acreditam que alguns cargos (principalmente os de maior responsabilidade) não são destinados às mulheres. Cabe a nós homens, não nos sentirmos ameaçados pelo poder delas, e demonstrar que além de repudiarmos o machismo, estamos prontos para lutarmos ao lado das mulheres contra qualquer discriminação, abrindo assim, espaço para elas liderarem cada vez mais.

Atualmente, apenas 15% dos cargos em conselhos administrativos das empresas de todo o mundo são ocupados por mulheres e a boa notícia é a de que há indícios de crescimento da presença delas em cargos de liderança. 

A Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, divulgou a informação de que alcançou o equilíbrio entre homens e mulheres em posições na alta administração. Em 2019, o Brasil entrou para o ranking de países com mais mulheres em posições de destaque no ambiente empresarial. Uma grande conquista, embora ainda haja muito espaço para crescimento, pois duas grandes barreiras ainda sem solução são a falta de oportunidades e as jornadas duplas que elas enfrentam diariamente.

Considere também candidatas mulheres nas próximas eleições! Elas têm as mesmas qualificações que os demais candidatos. 

E em qualquer outra área de atuação, as pessoas não podem ser medidas por seu gênero, mas, sim, por sua capacidade e formação.

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Promova o debate e cursos sobre diversidade na sua empresa!

É muito importante informar todos os funcionários sobre como evitar comportamentos machistas e outras condutas inadequadas que às vezes se manifestam inconscientemente, devido à estrutura patriarcal da nossa sociedade.

Muitas formas de agir foram e ainda são naturalizadas, porém, ferem a dignidade das pessoas. Quer exemplos? As ditas “piadas” sexistas e gestos inapropriados que na grande maioria das vezes expõem as mulheres a situações humilhantes e desagradáveis.

Dessa forma, debates, conversas, campanhas educativas e palestras sobre o assunto são essenciais no ambiente corporativo, para que essas ações não ocorram e possamos avançar na direção da igualdade de gênero.

E você pode solicitar ou indicar a contratação de profissionais especialistas no assunto para irem até a sua empresa.

Enfim, existem muitas formas simples para contribuirmos com uma melhor convivência, longe de condutas abusivas e comportamentos estabelecidos há séculos que certamente não têm mais espaço na nossa sociedade atual. O segredo para um futuro igualitário está no presente e na mudança de cada um de nós.

Como diz os versos da canção: “Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura. Na mudança de postura a gente fica mais seguro. Na mudança do presente a gente molda o futuro. Até quando?”

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